Prédio do Hotel Jantzen ganha elevadores e deve ter projeto para nova destinação ainda este ano


Foto: Eduardo Ramos (Diário).
Foto: Eduardo Ramos (Diário).

Um dos ícones da Avenida Rio Branco, o prédio do antigo Hotel Jantzen, poderá ter a definição de um novo destino ainda este ano. Segundo Deivis Scalcon, um dos cinco donos do imóvel, chamado Edifício Cauduro, em breve deve haver a decisão de qual será a nova destinação dos quatro andares superiores, que estão desabitados desde o final da década de 1980, quando o hotel fechou as portas. Scalcon conta que uma arquiteta foi contratada para analisar que tipo de uso o prédio poderá ter.

– Esperamos que, dentro de 30 dias, já tenhamos uma ideia do que poderá ser feito. Como os quartos do hotel eram pequenos e sem banheiro, é provável que o prédio seja adaptado agora para uso comercial. Mas vamos esperar para ver o que nos diz a arquiteta – conta Scalcon.

Ele diz que, após a definição, que será feita em conjunto pelos donos do imóvel, a intenção é fazer os projetos para passar por aprovação da prefeitura. Na sequência, se o Executivo liberar as obras, a tendência é que a reforma seja realizada conforme o dinheiro disponível pelos sócios.

– Pode ser, por exemplo, que a gente comece reformando metade de um andar e coloque para alugar ou para venda. Mas a reforma está sendo feita, nos últimos anos, à medida do possível e não pretendemos parar – afirmou.

Recentemente, foi concluída a colocação dos dois novos elevadores, no lugar dos antigos, que foram removidos. Esse foi um passo importante para garantir acessibilidade ao prédio e por ter sido um investimento elevado. Também estava sendo feita este ano a pintura das partes lateral, de cima e traseira do prédio.

Foto: Nathália Schneider (Diário)
Foto: Nathália Schneider (Diário)

Restauração

A recuperação do imóvel começou em 2017, quando todas as janelas antigas de madeira foram substituídas por novas, de vidro e alumínio. No Carnaval de 2021, também foi feita a limpeza da maior parte da fachada, com lava-jato. Esse trabalho ainda não foi concluído, segundo Scalcon, porque a RGE não liberou os trabalhos devido à rede de energia que passa junto ao edifício, na Rua Venâncio Aires.

A tentativa de reformar a fachada também enfrenta dificuldades, pois não pode ser pintado. O reboco tem mica (material brilhoso) e usa uma técnica dos anos 1930, que é difícil de ser reproduzida agora, pois poderia deixar a parede com tons diferentes do original.

Hoje, o térreo do edifício, que fica na esquina da Avenida Rio Branco com a Rua Venâncio Aires, em frente ao Paradão, tem seis salas comerciais, sendo que cinco estão locadas.

A demora para a reativação da parte superior do prédio envolveu, primeiro, indefinições entre os herdeiros. Nos últimos 15 anos, foram feitas tentativas para locar andares superiores do imóvel, mas elas esbarraram em questões burocráticas. Há pouco mais de 10 anos, uma escola de informática queria alugar dois andares para se instalar no prédio, mas a prefeitura levou dois anos para dar uma resposta se poderiam ou não ser feitas obras de adaptação interna no prédio, o que acabou inviabilizando o negócio.

Ícone da Avenida Rio Branco, prédio hospedou presidente Getúlio Vargas e fez história

Foto: Acervo Casa de Memória Edmundo Cardoso.
Foto: Acervo Casa de Memória Edmundo Cardoso.

Construído no final da década de 1930, pela empresa Schmidt & Cia, o prédio pertencia a José Carlos Cauduro. Ele abrigou o Hotel Jantzen, que tinha 80 quartos, em quatro andares, mas com um banheiro coletivo por pavimento. Possuía dois elevadores, sendo o segundo edifício a ter esse equipamento na cidade – o primeiro foi o prédio da Sociedade União de Caixeiros Viajantes (SUCV), em frente.

No último andar, o hotel tinha um famoso e espaçoso restaurante. No anúncio da época da construção, a promessa era de que seria um hotel moderno, com os 80 quartos com “magníficos apartamentos dotados de instalações sanitárias completas com água quente em todas as dependências” e com “todos os quartos com telefones”.

Ao longo de cinco décadas, o Hotel Jantzen recebeu figuras ilustres. Entre elas, o ex-presidente Getúlio Vargas. Hospedado no quarto 206, ele discursou da sacada na segunda vez em que visitou Santa Maria, antes de ser eleito pela segunda vez presidente da República, em 1950.

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